NTHLANGANU - UM CLÁSSICO ANTECIPADO?
Por Magus da Siderurgia | 02 de Novembro de 2019
Poucos sabem mas o mês de Novembro foi instituído pela Zulu Nation, ONG Fundada pelo DJ Afrika Bambaataa que tem como princípio as bases do Hip Hop, o Mês da História do Hip Hop.
Neste mês, de acordo com Bambaataa, "celebramos o que o Hip Hop fez para reunir pessoas do mundo, pessoas de todas as nacionalidades, jovens, todos os sistemas políticos e políticos do planeta".
É preciso admitir que este é um objectivo ambicioso, romântico e até ingênuo da parte de Bambaataa e seus sequazes. Seja como for, para quem crê nesta dimensão quase religiosa do Hip Hop, Novembro é, de facto, um mês especial, quase como a Páscoa ou o Natal para os Cristãos.
Não sei se foi a propósito disto tudo que a dupla Dj Edson Sp (produtor) e Homoplata (rapper) terá escolhido a data de hoje, 2 de Novembro, para lançar o seu primeiro álbum colaborativo "Nthlanganu" mas se for, foi uma decisão mais do que acertada pois, do que já tive a oportunidade de ouvir, pelo ritmo e pela poesia peculiares, este álbum vai marcar indelevelmente a História do Hip Hop Moz.
E porquê digo isto?
Porque num perído de aproximadamente três décadas o Hip Hop Moz nunca esteve preocupado e nem foi capaz de construir álbuns que se distanciassem, seja pelas rimas com nas batidas, dos demais feitos pelo mundo fora e, de forma particular em outros países de expressão lusófona. Ou seja álbuns que nos permitissem identificá-los a prior como sendo de música moçambicana.
Este, pelo menos pelo elemento "LÍNGUA", consegue lograr esse intento. Doutros que alinharam pelo mesmo diapasão. De relance, recordo-me apenas de "Mahungu ya Tiku" de Big L, "Ritmo na Nzero" de Thayman, "A Kaya" do Xitiku ni Mbawula e "Kussuhi ni BIC" do KNB, recentemente lançado e ainda disponível para compra.
Por este facto e tantos outros que prefiro não adiantar para não estragar a surpresa recomendo vivamente que todos tenhamos este álbum na colecção.